Nossa colunista analisa a evolução do stand up paddle e comenta sobre as inúmeras possibilidades de diversão proporcionadas pelo esporte, como a observação de animais marinhos e as travessias, sua especialidade.
SUPtrips da Bebeta: Aventure-se!
Por Roberta Borsari ( * )
Todo esporte em desenvolvimento é explorado em todas as suas possibilidades e limites.
E com o stand up não está sendo diferente! Nas praias já é bem comum ver praticantes do SUP, as provas de race se espalham e reúnem um número cada vez maior de atletas, escolas de surf no litoral se preparam para atender o público de iniciantes, os veículos de comunicação de massa se informam para divulgar a febre do verão, façanhas são anunciadas e os fabricantes e revendedores fazem uma corrida para atender o mercado em ebulição
Entrando um pouco mais a fundo nas possibilidades do SUP, outras variáveis do esporte também se desenvolvem, em velocidades e pólos diferentes. Como é o caso das descidas de rios, que vem sendo mais exploradas nos Estados Unidos (até por conta da tradição nos esportes de águas brancas), o uso do SUP para pesca esportiva, esporte “nichado” mas que tem um número de praticantes super fiéis e as expedições e observação de animais, onde podemos ver imagens belíssimas publicadas nas revistas ou redes sociais e que pode passar batido para algumas pessoas, mas eu considero também um dos pontos altos do esporte.
O fato é que a versatilidade do SUP já penetrou em todos os lugares e no mundo da aventura não é diferente! E é aí que eu mais me identifico com o esporte, com seu lado mais “adventure”, seja nas remadas, travessias, surf ou observação de animais durante as viagens.
O SUP se mostrou um equipamento de primeira para observar animais na natureza, isto pelo campo de visão do praticante associado à liberdade, já que apenas uma cordinha o prende à prancha, propiciando uma excelente possibilidade em todos os aspectos. O praticante pode ficar de pé, sentado, deitado e até submerso, permitindo a visão de longo alcance, bem próxima e debaixo d’água.
Fazer travessias com passagens por grandes paredões acompanhada de um cardume de tubarões, remadas com paradas em pontos estratégicos para observar pássaros de pata azul de Galápagos e fazer snorkel em uma maternidade natural cheia de bebês de leões marinhos brincalhões foram algumas das atividades que fiz e que houve um grande ganho ter o stand up como equipamento.
As diferentes possibilidades de atividade associadas à variedade de ambientes abre um leque para explorar todos os “espaços aquáticos”, sejam planos, com ondulações, regiões com fortes ventos ou correntes, extremante gelados, declives e tudo que o limite humano permitir.
Remar em destinos ainda não explorados pela ótica do SUP é uma incrível aventura, seja em trajetos de média distância ou travessias inéditas onde o limite pessoal é o maior desafio e a natureza a companhia. A travessia de 40 km em mar aberto até o arquipélago de Alcatrazes foi uma grande conquista pra mim pois sempre quis remar até lá. Achei que iria de canoa havaiana ou caiaque oceânico, mas no final quem me levou até lá foi o SUP. Foram meses de planejamento e negociação com o ICMBio para que tudo ocorresse perfeitamente e dentro das questões legais, uma vez que o local é uma reserva federal e base militar fechada a visitação.
GALERIA DE IMAGENS
E esta fase pré-atividade também é uma grande jornada e aprendizado.
Outro ponto que é um diferencial é que assim como no caiaque, o equipamento também pode ser utilizado para locomoção. Em Maldivas, por exemplo, eu saía com os equipamentos de mergulho livre, máquina fotográfica, filmadora, água, gps e alimentos e ficava o dia todo no mar alternando as atividades: remo, apneia, surf, snorkel e observação de animais como moréias, tubarões, golfinhos, arraias e tartarugas. Fiz deslocamentos de nível médio por conta do tipo de prancha que eu tinha no local, mas o suficiente para explorar diferentes ilhas e diversas praias. Também usei o sup como locomoção para visitar comunidades locais em outras ilhas com certa autonomia. Algo que não seria possível sem o stand up ou que, caso quisesse fazer de forma similar, deveria ser através de um barco, hora marcada e custo adicional, o que deixaria a operação mais complexa em todos os aspectos.
Conhecer e interagir com outras culturas também faz parte da aventura. Remar com os cabalitos de totora utilizando o remo de stand up no Perú e conhecer um pouco mais da civilização pré-inca de 5000 anos atrás que criou a primeira embarcação utilizada para descer ondas foi uma verdadeira viagem no tempo. E matar a curiosidade dos locais de Galápagos que queriam saber mais sobre o “el tablon” ou da comunidade mulçumana de uma pequena ilha de Maldivas que também queriam saber sobre a tal prancha que se rema de pé foram experiências bem divertidas e uma forma especial de trocar informações.
É claro que esta autonomia e aventura tem que vir acompanhada de um elemento primordial chamado: SEGURANÇA, que envolve uma série de atributos como:
- trabalho em equipe e apoios
- conhecimento técnico
- pesquisa sobre o ambiente
- equipamentos de segurança
- reconhecimento dos limites pessoais
- respeito às regras locais e parques nacionais
- monitoramento das condições climáticas
- preparação física
- “bom senso”
E o mais importante de todos: RESPEITO E HUMILDADE PERANTE A NATUREZA!
Aventure-se com o SUP e divirta-se!
Vídeo de Galápagos
Vídeo de Maldivas
Vídeo Travessia Alcatrazes
(*) Roberta Borsari é atleta profissional e aventureira, tem patrocínio UOL, apoio Board House e escreve sobre expedições para o SUPCLUB. Saiba mais sobre a colunista: http://www.robertaborsari.com/