No Hawaii, Bart de Zwart realiza travessia ininterrupta de 480 Km


 

Equipamentos utlizados na jornada. "o mais difícil era dormir". Foto: The Ultimate Crossing

O windsurfista e supista local de Maui, Bart de Zwart, se tornou no último domingo, 26/06, a primeira pessoa a realizar uma travessia solo, a bordo de um SUP, por entre ilhas do arquipélago havaiano, percorrendo 300 milhas (cerca de 483 Km), durante cinco dias ininterruptos. Ele partiu da ilha conhecida como “Big Island”, na quarta, para chegar em Kalapaki Beach, no Kauai, somente na noite de domingo. 

No dia seguinte, após uma merecida noite de descanso em um hotel em Kauai, esbanjava bom humor, "não estou nem dolorido", disse, quando questionado por um repórter sobre como se sentia. Na verdade as dores seriam apenas uma das sequelas decorrentes de tamanha proeza. Aos 41 anos de idade, esse holandês radicado em Maui há onze anos admite que foi ao seu limite: "esta foi de longe a coisa mais difícil que fiz na minha vida. Estou feliz pelo feito, mas acho que não vou fazê-lo novamente.", disse.

Trajeto percorrido por Bart. Foto: The Ultimate SUP Crossing

Svein Rasmussen, sua esposa, foi quem cuidou do apoio em terra. Eles se comunicavam através de rádio por onde Bart lhe passava a todo momento suas coordenadas baseado no GPS que levava consigo. Essas informações iam sendo inseridas diariamente em um blog criado por eles para que todos pudessem acompanhar a viagem do aventureiro. 

Bart remou em um SUP de 14 pés que transportou, além dele próprio, todos os seus mantimentos acomodados em sacos estanques: refeições liofilizadas e água para sete dias, rádio, GPS, e um colchão inflável. Para dormir, enchia o colchão, prendia-o à prancha por uma corda e dormia sobre a água. Porém, seu sono era constantemente interrompido, pois as águas agitas e o vento viravam constantemente sua cama improvisada.

Mesmo com tanto desgaste físico e noites mal dormidas (ele perdeu seis quilos e apresentava inchaço muscular, pés e mãos com bolhas e infecções nos membros inferiores por conta do contato constante com a umidade e o sal) Bart acredita que o desfio foi mais mental do que físico: "A parte mais difícil foi a sobrevivência. Manter o foco sendo molhado por cinco dias e cinco noites. Foi necessária muita concentração durante toda a travessia para me manter navegando pelo lado norte das ilhas sem ninguém por perto", disse. Mas a solidão também permitiu que sua mente à deriva o lembrasse de pequenos e preciosos detalhes na vida, como conversas recentes com amigos.

O momento da chegada, sendo aguardado pela esposa, filha e amigos. Foto: The Ultimate Crossing

Esse foi justamente um dos motivos que o levou a realizar a travessia: “eu acho que às vezes é bom fazer algo difícil e duro, a fim de apreciar a vida, as pessoas, comida e todas as coisas ao seu redor, das quais muitas vezes não dos damos conta de quão especiais são.”. A cultura polinésia foi outra fonte de inspiração: “os polinésios já faziam esse tipo de viagem há milhares de anos para chegar a todos os cantos do Pacífico. Eles usaram canoas simples, o sol e as estrelas para a navegação e viajavam por distâncias incríveis. É uma experiência única. O contato com a natureza é muito intenso. Para realmente entender, você tem que experimentar por si mesmo.” Conclui. 

Para conhecer todos os detalhes dessa travessia acesse: http://sup-crossing.blogspot.com/

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