Hawaii 2012 – Parte 2

Por Bob de Araujo (*)

Na coluna passada comentei que 10 dias é muito pouco... Bom, 10 dias e com pouca onda é “menos” ainda... Bom, é e não é...

“É” porque a gente sempre espera que vai pegar muita onda no Hawaii (e onda grande); “Não é” porque é justamente essa afirmativa (ou expectativa) que teima em desmerecer o “pouco” que foi dado...

Propositadamente estou fazendo uso demais das aspas porque o Hawaii, mesmo em dias pequenos no final da temporada, pode ser considerado como um dia de surf clássico se comparado às condições brazucas.

Não dá pra reclamar... No North Shore surfamos um pico chamado “Left Overs”. Obviamente o “left” vem da direção em que a onda quebra na bancada daquele pico, mas “left overs” quer dizer literalmente “sobra”. Lógico que parte desse nome reflete a brincadeira em batizar esse pico (afinal, a onda que quebra pra direita é chamada de “Right Overs”) mas certamente a outra parte do batismo se deu em razão de poucos quererem esta onda.

No Rio de Janeiro, esse 2 pés havaianos de onda que pegamos em Left Overs seria considerado um dos dias clássicos do ano. Pras condições de lá era tido como “dispensável”... Azar o de quem não surfou.

Sendo justo com Netuno, fomos presenteados com alguns dias de boas ondas e aproveitamos para surfar o break chamado Pinballs em Waimea Bay... Não dá pra desmerecer os tais oito pés havaianos de onda... Levei uma bomba na cabeça e fiquei 45 segundos de castigo no fundo de Waimea, agarrado nas pedras... Pra fora d’água ficou só o bico da prancha. Se o treinamento de apneia não estivesse em dia, era bem capaz de eu ter ficado por lá, porque só consegui começar a subir depois da terceira onda...

GALERIA DE IMAGENS

Depois das bombas em Pinballs, um pouco de “sossego” em Puaena Point (ou outro dia de clássicos no Brasil, como vocês preferirem). Sem vergonha de assumir o lado merrequeiro, até o South Shore faz a minha cabeça... É divertido demais! 

Mahalo e até semana que vem,

Bob.

(*) Bob de Araujo é representante da Surftech e da C4 Waterman no Brasil e escreve às quintas para o supclub.com.br