De pai para filho, stand up paddle é o esporte da família Cunha


 
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Rogério e guilherme cunha. Foto: arquivo pessoal

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Na história do esporte, muitas vezes o que se vê é um filho tentando acompanhar o sucesso do pai. Seguir a carreira vitoriosa. Muitos conseguem, outros falham. Em Santos, um exemplo de sucesso é de Picuruta Salazar, o maior nome do surf no Brasil, que viu o filho Leco ser campeão do Mundo de Stand Up Paddle (SUP). Na família Cunha, o pai também motivou o filho, mas a carreira vitoriosa começou ao contrário, pelo herdeiro.

Guilherme tem apenas dez anos e é apontado como uma das maiores revelações da modalidade. É o atual campeão paulista, bi brasileiro em sua faixa etária e recentemente viajou para os Estados Unidos, onde garantiu seus primeiros pódios internacionais. E logo na Battle of The Paddle, em Danna Point, na Califórnia, um dos maiores eventos do Mundo, garantindo os segundos lugares nas categorias sub18 e kids long course.

“Começamos a remar de SUP no verão de 2008. O Guilherme tinha apenas seis anos. Eu estava sedentário, com aproximadamente 125 quilos. Fiz as duas primeiras pranchas, uma 9’6 e uma 6’0, essa perfeita para o Gui. Já a minha, só perdendo peso, muito peso. Foi onde surgiu o amor pelo esporte, que me fez perder 34 quilos, apenas remando e surfando, acompanhando o aprendizado do meu filho”, conta Rogério.

Aos 43 anos de idade, Rogério encontrou no SUP uma forma de manter o condicionamento físico e a qualidade de vida. “Fui faixa preta de judô, esporte que pratiquei desde os nove anos até os 23, quando sofri uma queda de moto. Comecei a competir de SUP nas provas regionais e viciei, por estar garantindo preparo físico, que tinha perdido por não poder correr ou lutar, devido às sequelas do acidente”, conta.

Depois de competir em várias provas regionais, Rogério decidiu parar no ano passado, para se dedicar integralmente aos treinos específicos de seu filho. “Não estava conseguindo manter o ritmo de treinamento necessário para manter-me competitivo e passei a focar no Guilherme que tem ótimos resultados”, conta.

CAMPEONATO - Agora, motivado com o 1º Campeonato de Stand Up Paddle Tri FM, ele voltou à sua preparação e espera fazer bonito na categoria master, no próximo dia 2, na Praia do Gonzaguinha, em São Vicente. Motivos não faltam. Estará atuando “em casa”, servindo de inspiração ao seu filho e ainda retomando a sua “veia” competitiva.

“Esse Campeonato da Tri FM veio para divulgar ainda mais o esporte na região. Tenho certeza que dessa prova sairão novos adeptos e amantes deste esporte maravilhoso, que permite um grande envolvimento da família tanto como competição ou apenas lazer”, comenta. “Espero corresponder às expectativas. É um prazer poder colaborar com o crescimento e desenvolvimento do esporte”, acrescenta.

Na disputa do dia 2, realizada no local de treinos da dupla, Guilherme experimentará uma nova função. Ao invés de remar, vai torcer e dar as dicas para o pai. É que no 1º Campeonato de Stand Up Paddle Tri FM, a idade mínima é de 14 anos. Guilherme, desta vez, será o principal torcedor. “Será uma sensação diferente para mim. Mas espero corresponder às expectativas. É um prazer poder colaborar com o crescimento e desenvolvimento do esporte”, diz o pai “coruja”.

Sobre o futuro do filho no esporte, Rogério vai aguardar qual modalidade ele escolherá definitivamente. “Como ele também pratica judô em alto rendimento e ama e se dedica aos dois esportes, só o tempo vai dizer. Apenas cobro dele dedicação no que ele se propõe a fazer, seja na escola, no esporte na vida. Já eu, como pai, procuro dar o suporte necessário para que ele atinja seus objetivos, o que tem gerado resultados”, argumenta..

“E enquanto ele quiser, seguimos em frente, competindo, treinando, estudando. Sempre juntos”, completa Rogério Cunha, que após o falecimento de sua esposa, Daniela, em agosto, assumiu por completo a criação de Guilherme. “Ela sempre foi parceira em tudo e nos incentivava e ajudava muito. E vai fazer parte da nossa história sempre”, completa.

O 1º Campeonato de Stand Up Tri FM terá três quilômetros de percurso e os atletas estarão divididos nas categorias open, master (40 anos para cima) e júnior (nascidos entre 1995 e 1999, inclusive), todas no masculino e feminino, além do revezamento misto (14 anos para cima).

As inscrições - valendo para as duas provas – seguem abertas e devem ser feitas até a próxima quarta-feira (30) na Raglan Surf Shop, à Rua Euclides da Cunha, 190, no bairro Pompéia, em Santos, de segunda a sábado, das 10 às 20 horas. A taxa é de R$ 60,00 no individual e R$ 120,00 para o revezamento. Mais detalhes no site www.triesportes.com.br.

 

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