Por Redação SupClub
A International Surfing Association (ISA) fez nesta sexta-feira, 02/05, o anúncio oficial de todos os países que participam da terceira edição do ISA World StandUp Paddle and Paddleboard Championship (WSUPPC), que será disputado entre os dias 03 ao 11 de maio em Granada e La Boquita , Nicarágua.
As 28 equipes nacionais que confirmaram a sua participação incluem: Austrália, Barbados, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Dinamarca, El Salvador, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Guatemala, Irlanda, Itália, Japão, Letônia, México, Nova Zelândia, Nicarágua, Panamá , Peru, África do Sul, Espanha, Tahiti, EUA, Venezuela, e País de Gales .
Esta será a maior edição já realizada do ISA WSUPPC, que contará com a participação de quase 220 atletas que representarão seus países competindo nas categorias de SUP Wave, SUP race e Paddleboard, masculino e feminino.
"Com a Cerimônia de Abertura no sábado, e do início da competição, no domingo, receberemos os melhores atletas de SUP e Paddleboard do mundo neste belo país que é a Nicarágua", comentou o presidente da ISA, Fernando Aguerre. As equipes já podem ser vistas em sessões de treinamento no Lago Nicarágua, em Granada, onde serão realizadas as disputas de race e no pico de La Boquita, para SUP wave.
Aguerre se diz impressionado com a evolução do SUP: "O crescimento deste esporte continua a me surpreender! Em apenas três anos, o Campeonato Mundial da ISA expandiu de 17 para 28 países, e mais do que dobrou o número de concorrentes. Estou esperando um alto nível de competição e desejo a todos os atletas a melhor sorte na competição", concluiu o presidente.
BRASIL FORTE, MAS DESFALCADO
O Brasil participa do WSUPPC com uma das equipes mais fortes de todas as edições. No entanto, uma série de contratempos e falta de apoio vem atrapalhando nossos atletas desde o início dos preparativos. Ao contrário do ano anterior, dessa vez, a CBS (Confederação Brasileira de Surf) entidade que representa a ISA no Brasil, optou por respeitar o ranking brasileiro de SUP race estabelecido pela Confederação Brasileira de SUP (CBSUP) - considerado o melhor circuito nacional de race do mundo -, na convocação dos atletas de race e criou um circuito para definir o time de wave e paddleboard.
No entanto, Luiz Carlos Guida e Paulo dos Reis, respectivamente campeão e vice campeão brasileiros, abriram mão de suas vagas criando a possibilidade para Marinho Cavaco e Vinnicius Martins, respectivamente top 3 e 4 do circuito, as preencherem. Porém, Marinho desistiu de viajar à Nicaragua após se confrontar com os altos custos da viagem. Ouvido pela reportagem do SUPCLUB, o atleta se disse triste por não poder viajar para representar o Brasil, afirmando ser "impossível" para ele arcar com os custos e fez um desabafo: "Não houve comunicação. Fiquei sabendo da minha vaga pelo Vinnicius (Martins) em cima da hora. Quando fui pesquisar o preço das passagens estava mais caro do que ir para a Austrália! E ainda teria que correr atrás de hotel, transporte, alimentação, etc, pois os atletas brasileiros não vão receber nenhum tipo de ajuda. Fiz as contas e vi que não teria condições de viajar, pois, além de tudo, essa competição é amadora e não oferece dinheiro aos vencedores. Então, não haveria como tentar recuperar o dinheiro investido. Pra mim não deu. Fiquei triste pois esse campeonato é alucinante", conta Cavaco, que será substituido pelo pernambucano Gabriel Vilarinho.
Marinho não está só em sua decepção. O atletas do time brasileiro tiveram que correr atrás de praticamente todo o processo da viagem, que inclui a compra das passagens, documentação necessária para o embarque e desembarque das pranchas de SUP race, hospedagem e alimentação. A tricampeã Barbara Brazil, nossa maior medalhista nos jogos da ISA, postou em sua página do Facebook: "Dá pra escrever um livro de crônicas depois dessa viagem para a Nicarágua. 5 horas no aeroporto de Managua esperando o milagre da liberação das pranchas. Juntos somos fortes, somos atletas, somos chefes de equipe, somos managers". Ela não está brincando. O Brasil está totalmente desfalcado de sua parte técnica. Desde o "Team Manager", que é a figura do chefe de equipe, responsável por correr atrás de todos os detalhes burocráticos que envolvem as equipes nacionais, passando pelo técnico ao preparador físico. Ninguém está acompanhado os atletas e, por conta disso, desde o início, os brasileiros estão tendo que se virar enfrentando a assustadora burocracia nicaraguense quando deveriam estar focados, treinando para a competição.
O baiano Claudio Britto, que fará sua estreia na competição de paddleboard também desabafou na rede social: "Estamos fazendo de tudo para estar aqui, custeando despesas altíssimas com envio de pranchas, telefonemas, entre outras coisas, problemas com liberação das pranchas no Aeroporto de Managua, nessa hora a comissão técnica é importantíssima, não podemos nós atletas estarmos aqui, durante 5 horas de relógio no saguão de um aeroporto, fazendo de tudo num corre-corre desgraçado para liberar pranchas, às vésperas de um evento Mundial importante ao invés de nos concentrarmos com as provas, treinar, descansar."
Os atlas de SUP wave tiveram mais sorte. Carlos Bahia, Nicole Pacelli e Lucas Medeiros conseguiram despachar suas pranchas sem problemas e já se encontram em Granada, onde deram início aos treinos antes do início do evento.
Apesar de todas as dificuldades, o time brasileiro é muito forte e tem grandes chances de realizar sua melhor participação na história do WSUPPC. Garra, coragem e determinação eles já provaram que tem.
TRANSMISSÃO AO VIVO
As disputas do ISA World SUP and Paddleboard Championship poderão ser acompanhadas ao vivo diretamente do SUPCLUB.
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